sábado, 29 de maio de 2010

Mais uma Juliana

Não tinha parado pra pensar em quantas Julianas já conheci, não foram poucas. Isso me fez pensar em quantas há no mundo.
Coisas estranhas nos fazem pensar em coisas sem sentido. Como por exemplo, quantos nomes existem no mundo, quantos dias faltam pra acabar o ano ou pra chegarem às férias.
Um dia desses vi uma Juliana que me fez pensar, ela me fez pensar demais. O mundo às vezes corre tão rápido que nem é possível acompanhar com os olhos. Juliana chegou perto e me pediu um cigarro, com aparelho nos dentes e cabelo pintado, ela me fez pensar. Fiquei calculando, tentando lembrar-me de onde a conhecia, passou uns 10 dias e me lembrei que era ela a menina da igreja, de corte de cabelo comportado, o orgulho da mãe a princesinha do pai.
Por que sempre tem que ser assim, você passa de exemplo pra lixo da família antes mesmo das 16h. O mundo às vezes corre tão rápido que nem é possível acompanhar com os olhos. Vi Juliana outra vez em uma festa de gente da nossa idade, galera louca, abusada, descolada. Ela não estava nem um pouco deslocada, fazia parte daquele lugar. Pensei em que parte ela se desviou, ou encontrou-se bem mais.
Será que seus pais a conhecem tão bem quanto antes, será que já viram como ela muda de expressão quando sai na rua. Quem sabe eles a entendam bem mais que eu. Ela parecia tão feliz e vazia, como alguém que espera uma noite bem fria para encolher-se embaixo de seu edredom e chorar.
Lembrei-me que às vezes também me sinto assim, com um grande segredo guardado na ponta da língua, pronto pra escapar. Talvez seja coisa da idade, os dias sempre voam, daqui a dois dias é mês que vêem. Quase sempre falo tanto do tempo, será que estou o mandando embora, ou pedindo pra ele ficar. Juliana é só um bordão, um nome comum, alguém que não amo, mais um nome em uma lista de chamada qualquer.
Coisas estranhas nos fazem pensar em coisas sem sentido. Como por exemplo, quantas pessoas se perdem pelo mesmo caminho que eu.

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