quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Careta

A falta que um careta faz é algo a se expressar.
O tempo está chuvoso, mas ainda está calor, agora um café só serviria para estressar mais do que já estressou. Meus olhos fartos d’água se encheram outra vez com a lembrança dessa história, dessa estrofe que não para de repetir. Sei que se eu der play no radio, qualquer canção vai me ferir.
Quebrado, partido, ferido, sofrido sinônimos do meu coração. Melancolia multiplicada, realmente eu só queria chorar. Mas só, esse ser só, não tenho me permitido ser. Não sei amar de menos, escolher pessoas. Se amo sou de arrebentar-me por qualquer 1. Não fui eu.
A falta que um careta faz chega a ser emputecedora, caótica, um parkinson momentâneo, convulsão da alma.
“Eu não deveria ter tomado aquele maldito café”, é o que estou pensando agora sem parar. Eu não deveria ter terminado ado, ado. Droga.
Qualquer canção pode ser sua, mas agora eu trocaria qualquer rit da década passada dedicado a mim por um careta, uma xícara de café e alguns pingos de chuva.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sol Congelado

Eu poderia muito bem lhe escrever algo que lhe agrade os olhos e conforte a mente. Mas eu estaria mentindo pra você, se dissesse que tudo está bem, ou melhor, ficará tudo bem. Não posso nem dizer que não te amo, e não há como terminar algo assim bem.
Eu poderia muito bem gritar para o mundo que estou bem, e encenar também. Mas isso seria mentir pra mim, e isso já sei fazer de côr. Todos sabem que é exatamente isso que farei, o “por quê?”, não sei.
Meu bem olhe para o mundo e veja como as coisas realmente são. E depois de fazer isso, olhe para mim e veja que não perdeu nada enquanto estava por ai à caminhar, observar, viver, crescer. Pode passar mil anos, que estarei no mesmo lugar, vulgo sol, que permanece congelado no universo, mesmo tendo todo fervor que um real amor deveria ter.
Querida, vá viver e me esqueça, ou melhor, não me escreva.

domingo, 31 de outubro de 2010

Green Eyes Part. 2

Esses olhos verdes vão me levar à perdição, eu tento e tento. Sim, eu não paro de tentar, sempre sem conseguir.
Eu te vejo de longe, longe demais, demais de mim, demais para mim. Agora não se tratam apenas de mãos que tremem, meu corpo entra em colapso quando meus olhos se encontram com os seus. É quase um pecado te olhar.
Um amor a distancia, amor pelo menos para mim. Todo mundo duvida, ainda bem que quase ninguém percebeu o quanto, o tanto meus olhos se perdem em busca dos seus.
É eu passo calor, febre, frio... acho que até já passei fome para te observar. Amor a distancia, só posso falar por mim.
Toda vez que te vejo, me desconcerto lentamente, arrumo o cabelo, bato pé, desvio o olhar. Inspiração inconstante, minha respiração parou no instante em que você sorriu para mim uma vez, foi demais.
Esses olhos verdes vão me afogar. Não sei se falo sobre amor, paixão, desejo ou perdição. Viveria cem anos no seu olhar, só por uma chance apenas de morrer em seus lábios.
Disfarçando sem desfocar, todo mundo pode olhar, mas espero que ninguém veja o que eu vi em você.
Esses olhos verdes vão me fazer morrer, definhar, sair da linha por vontade própria, mandar a lucidez para o raio que a parta.

sábado, 30 de outubro de 2010

Só isso

“Se você não agüenta o meu pior, não merece o meu melhor”. Essa frase me tocou fundo, fez muito sentido agora. Não sei ao certo explicar o porquê, mas me fez lembrar você... Talvez seja porque só você tenta me entender, mesmo quase sempre sem conseguir; só você agüenta meu mau humor, meu excesso de pudor, meu pavor de te perder de qualquer forma, pra qualquer um.
Parei pra observar que não consigo mais ter paciência com mais ninguém pra falar de amor, não sei mais conquistar, não sei mais ser o que sou com você, o que fui. Se não for pra te alcançar, penso muitas vezes antes de sair do lugar. Ninguém consegue me acompanhar tão bem, compreender quase todas as minhas piadas e não rir da maioria delas. Parece que você só tira o meu melhor, sem nunca jogar fora nada de mim.
Se eu pudesse te resumir, você seria só isso. Só isso, SÓ ISSO. Não to falando daquilo, nem daquele, nem daquela, eu to falando de você. E faz tempo que não falo algo assim no pessoal, pra você.
Nossa história deveria virar novela, de tão irreal que parece ser nosso amor ou do quão impossível ele parece ser. Nós temos realmente tudo para dar errado... Seu jeito, meu jeito... Com todo o respeito, não consigo entender como fui me apaixonar assim por alguém como você. Deve ser porque você é isso, só isso.

domingo, 17 de outubro de 2010

Atrasado

O tempo de fato não prova nada, você pode muito bem viver 50 anos e não conhecer nada da vida, ou chegar aos 23 já sabendo uns tantos e tantos mistérios do mundo.
A teoria é psicológica, quando colocada em prática existem umas mil coisas que a traem, partem.
O tempo é traiçoeiro e cruel para quem o procura demais, conta nos dedos. É um penar necessário andar de mãos dadas com o tempo, mesmo que sempre ele te leve para o fim, para o próximo passo, nova sena da mais nova novela que deveria ter acabado faz tempo.
A teoria é como um palhaço sem graça, que é tão comum quanto sem sentido.
Hoje é dia das crianças e soltaram fogos de artifício não entendi o porquê, sendo que tantas crianças têm medo do estouro, do barulho irritante.
Hoje eu não ganhei presente, mesmo teoricamente estando ainda na idade. Olhando por um lado ainda sou criança, mas o tempo não prova nada e hoje em dia a teoria não passa de piada.

sábado, 9 de outubro de 2010

Trágico

Relembrando o meu passado, você parece um espelho de quem eu era. Aparentemente tão centrada, visivelmente perdida.
A super garota com um cigarro entre os dedos, vive mais tempo na varanda de casa, passa noites em claro por amar o silêncio. Tudo o que ela precisa é de paz, tudo o que ela quer é um tipo de atenção que os amigos e a família não podem dar.
Depois de um tempo você se sente tão diferente, e então para pra pensar um pouco em tudo o que passou. Você não chora mais, não pensa tanto, apenas faz. Algo dentro de você morreu, assim como flores no inverno, você mudou de estação e nem a mais tocante das canções te tirara do foco.
Depois de um tempo eu vi que tudo o que eu sentia era indiferença. Olhando no espelho percebi que em meu olhar só havia tristeza, nenhum motivo real para sorrir. Foi nessa hora que comecei a rever meu ponto de vista, revisar o ponto em que perdi o foco. Nada vale tanto, pouco vale muito.
Repensando do mês passado pra traz, eu era alguém tão diferente; observando de um mês pra cá, eu me tornei alguém tão igual a quem eu era há muito tempo atrás.
A garota dos super poderes se perdeu dentro de mim, mas têm dias em que até sinto falta de quem eu era. Mas toda vez que olho pra você, encontro um motivo pra continuar sendo alguém melhor.

sábado, 25 de setembro de 2010

Não responda

Tem que ser uma coisa de cada vez, um passo após o outro, uma palavra depois um sorriso, uma leve brisa a te despentear. Assim que tem que ser, que deve ser, pois essa é a regra, respirar depois viver.
Tem coisas que melhora seu dia, pessoas que salvam uma lágrima a deslizar pelo seu rosto, opostos e exceções. Assim que tem que ser, deve ser, pois a regra é essa, sentir com a alma para gostar.
Tem momentos que te partem, e palavras que te rasgam por dentro, gestos que atrapalham qualquer explicação. Assim que tem que ser, deve ser, pois a regra é essa, dar um salto bem alto e se arriscar, mesmo que a queda seja uma garantia.
O que começa com uma mentira, nunca termina bem, é o que dizem por ai. Mas o que começa com uma verdade, termina como? E o que começa com uma mentira e se torna uma verdade? E o que começa como uma verdade e acaba tornando-se uma mentira? Por que ninguém explica tudo, por que tudo sempre parece estar pela metade?
Acordei muito feliz e acabei ficando triste, mas tem dias que acontece o contrário. Não quero falar sobre uma coisa nem outra. Na verdade, não sei sobre o que quero falar.
Gostaria de ser diferente, ser menos sensível, de me importar menos. Gostaria que as pessoas fossem diferentes, que pensassem antes de falar, que lembrassem antes de tomar uma decisão precipitada demais.
Tem que ser uma coisa de cada vez, um passo após o outro, uma palavra depois um sorriso, uma leve brisa a te despentear. Assim que tem que ser, que deve ser, pois essa é a regra, mover-se lentamente ao alvo.
Tem coisas que melhora seu dia, pessoas que salvam uma lágrima a deslizar pelo seu rosto, opostos e exceções. Assim que tem que ser, deve ser, pois a regra é essa, observar a desenvoltura do foco em questão.
Tem momentos que te partem, e palavras que te rasgam por dentro, gestos que atrapalham qualquer explicação. Assim que tem que ser, deve ser, pois a regra é essa, fugir pra se encontrar em uma lembrança empoeirada dentro do armário.

Green Eyes

O “por quê?” eu também não entendi. Só o que sei é que os olhos dela têm um leve tom de verde profundo, feito um abismo.
O “pra que?” eu também não entendi. Só o que sei é que o sorriso dela sempre fica meio sem graça enquanto fala de amor, mesmo tendo toda graça do mundo, pelo menos pra mim.
Selecionar é também excluir, tornar eterno é expelir todas as outras possibilidades em questão. Parece ter sempre o lado ruim, o lado pesado, o lado que não te agrada em momento algum; parece que ainda não encontrei esse lado nela, e se já encontrei inconscientemente, sei de forma bem consciente que entenderei uma imperfeição qualquer.
Menina dos olhos claros, não tão claros quanto o céu, nem mesmo quanto o mar. Você roubou meu coração sem ser uma coisa nem outra, sendo exatamente tudo, extremamente o mundo inteiro dentro do lado de fora. Se você fosse uma parte da minha casa, seria meu quintal, meu jardim, teria meu total empenho e admiração, meu orgulho.
Querida, seu sorriso tem um brilho indescritível, se faltasse sol iluminaria, se faltasse luz clarearia, mas sempre me tira o ar sem reposição de nada. Você roubou meu coração sem me fazer sofrer, sendo doce e suave. Se você fosse uma parte de mim, seria minha imaginação, se transformaria no que mais me agrada, seria pra sempre você mesma.
Sem “por quê?”, nem "pra que?". Querida, você é a única que eu queria encontrar.

domingo, 19 de setembro de 2010

Algo bem triste.

Algo bem triste é lembrar-se de tudo o que passou e de tudo o que fomos, porque o que não fomos não tem como lembrar. Hoje parei pra pensar sobre tudo o que ficou no passado, não tudo sobre tudo de um modo geral, mas tudo sobre um determinado assunto que não vale apena dizer.
Bom, não gosto de escrever muito no pessoal, citar nomes, fazer declarações publicas de afeto. Sim, eu minto, menti na ultima frase, menti quando disse que ficaria tudo bem. Por incrível que pareça, está sim tudo bem e a tendência parece ser melhorar.
Mas não vim falar sobre nada do que possa vir a parecer, possa vir a ser, pois um futuro planejado é tão cruel e incerto quanto um passado que não aconteceu. Acabei de me lembrar, que vim aqui hoje, agora especificamente para falar sobre o que foi um dia.
Nunca pensei em me importar com algo assim, tão simples como uma musica, por tanto tempo. O que seria capaz de prender sua atenção por 8 meses? Não estou falando sobre uma cor favorita, nem de um formato que te agrada, estou falando sobre algo instável, algo não fixo algo que muda a qualquer instante assim como sua opinião.
Fale-me sobre algo que retenha sua atenção por muito tempo, algo sem sentido e irreal, qualquer coisa. Não sei se é só comigo que acontece... Droga, isso não era pra ser um diário. Mas, porém no inicio eu tinha uma idéia boa para escrever aqui, mas ela fugiu.
Não consigo mais escrever sobre algo realmente triste, algo que realmente em outro momento partiria meu coração de maneira irrevogável. Droga, eu não planejei isso também.
Enfim, tudo o que eu queria realmente dizer é que assim parece melhor e a tendência é melhorar. O que vem acima tende a vir tecnicamente subjetivo.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Rapazes e Moças

Ele olha para uma linda moça, e comenta com ela, como a cor do seu brilho caiu bem; ela logo pensa em maneiras de ter esse brilho em seus lábios de uma forma suave.
Ela olha para um lindo rapaz, e comenta com ele, como o cheiro daquele era bom; ele logo pensa no modo como ficaria melhor em seu travesseiro.
A sociedade agride na mesma proporção em que diz aprovar. Pais e mães apavorados em saber, que sua filha moça não gosta de nenhum rapaz e que seu filho rapaz, se porta como moça em algumas situações.
Se agente mentir junto, todo mundo vai acreditar. Mas brincar dessa maneira, é enganar bem mais o coração.
Ele ama um rapaz, com estilo e bom gosto musical. Tudo o que lhe falta na medida certa, um contra ponto é a questão;
Ela ama uma moça, com muitas duvidas e repressões. E mesmo assim, tinha muito pra dar certo, mas o pouco que falto pra ser tudo, fez acabar;
Ele gosta de sair, mas agora parece mais interessante ficar em casa bem acompanhado;
Ela gosta de ficar em casa, mas não arranjou até agora alguém interessante suficientemente para lhe fazer ficar.
Não há nada de errado nisso tudo. Talvez não seja questão de opção, mas não é preciso ser um fardo. Se agente mentir, a quem realmente vamos querer enganar?

Tralalá

Tecnologia de ponta cabeça, você faz questão de lembrar e depois pede que eu esqueça;
Evolução padrão de criança, que muda de opinião em qualquer circunstancia;
Texto de uma página e meia, sem o menor nexo. Prendem-te, roubam-te, te tiram o mundo;
Gripe é feito roupa que não cabe mais, se passa pra frente quando a coisa aperta.
Esses olhos são meus, eles só podem falar por mim, comigo e ninguém mais. E se caso eu me perder, estarei só, só de maneira típica. Não me olhe com esse olhar de surpresa, logo depois de ter me olhado com aquele olhar de desprezo.
A febre vem lenta e desagradável, vou tomar um dorflex, só pra ver se o corpo fica estável.
Você disse que tinha saudades e que queria me ver, conversar sobre a vida, coisa e tal. O telefone não tocou, nenhuma visita chegou.
Lágrimas de fogo, que queimam os olhos até avermelhar, mas secam antes mesmo de escorrer pelo rosto, deformar.
Não se meta, não você, ele ali a dois passos de mim. Ando rindo demais e quando paro de andar, o riso não passa.
Os meus olhos são meus, os seus olhos são de quem estiver disposto a um preço caro pagar.
Papagaio calado, carteiro desocupado. O fim e o inicio ficam de lados contrários.

Dear

Através dos dias que se acabam com um “boa noite”, que nunca mais veio, repleto de palavras que não foram ditas. Nunca pensei que diria isso tão tarde, nem mesmo tão cedo. Mas quero que saiba querida, eu superei você e todas as lágrimas de desespero que secaram meu peito.
Depois de tanto tempo pensando em formas fáceis de te fazer voltar. Oh, eu nunca pensei em me matar por você, mas não houve um só dia em que, mesmo perante o silencio, eu não invocasse seu nome de algum modo. Parece-me que viver assim, é bem mais trágico e doloroso que um suicídio qualquer.
Tente acreditar que ainda te amo tanto, que até dói um pouco lembrar de tudo o que não existe mais. Parece estranho, mas tem se tornado cada vez mais comum, banal todo esse sentimento. Agora consigo até mesmo falar sobre você sem pestanejar, me pragueja, deixa pra lá.
O tempo apaga tudo, tudo, nem tudo. Mas pense nas coisas boas, se elas ainda não tiverem sido apagadas.
Tudo parece teste e eu me lembro de detalhes demais. Mas eu superei você, e isso machuca um pouco mais do que eu esperava. Passei tanto tempo te colocando em foco, que hoje não sei ao certo para onde ir depois daqui.
Por mais estranho e doloroso que ainda seja, todas as lagrimas secaram faz tempo.

domingo, 22 de agosto de 2010

Expelir

Olhando através da janela da alma, vejo um flash que me cega, é como um sopro que te faz calar. Talvez eu devesse me arrepender de tudo, dos dias em que te fiz chorar, nos dias em que te fiz sorrir, mas não parece justo esquecer uma parte, metade, um terço, coisa pouca; sou a favor do tudo ou nada. Se for pra esquecer-me de algo que realmente fizesse diferença, gostaria de esquecer-me de você.
Por que você sempre foi a policia nas nossas sessões de pique-pega, por que sempre me faltou a razão por sobra de razão?
Se fosse pra me arrepender de algo, gostaria de me arrepender de ter cruzado meus olhos com os seus, mas não consigo. Foi tão bom te ver sorrir, foi tão valoroso te ver chorar, foi tão significante cada segundo. É impossível escolher parte, metade, um terço, coisa pouca; sou a favor do tudo ou do nada. Se for pra perder algo que realmente faça diferença, prefiro perder você, me arrepender de você.
Quem é que ainda fala de salvação nos dias de hoje? Quem é que se arrepende realmente de algo hoje em dia?
Eu me perdi tantas vezes, que você não seria capaz de acompanhar nem metade, mesmo se eu quisesse te contar. É tudo demais, é tudo bem mais do que parece ser. Se for pra não ser algo relevante, gostaria de não ser eu; pois é impossível apagar parte, metade, um terço, coisa pouca, você.

domingo, 1 de agosto de 2010

Caia, volta; Caia, fora.

O que posso fazer se você não está aqui, se terei de conviver com noites tediosas e pessoas efusivas. Meu bem, eu já cansei de rezar, agora já não sei se Deus me abandonou ou se a vida um dia ficará melhor sem você.
Gosto muito de falar sobre as noites de hoje em dia, que mesmo sem você eu consigo sorrir. Minha rotina não mudou em nada, minha vida seguiu em frente, em frente, a beira de um abismo. Caia, volta.
Não vi ninguém com o seu nome nos últimos dias, nossas musicas não tocam mais nas rádios, sua cor favorita não é mais tendência, seu corte de cabelo não esta mais em todas as cabeças. Então me diz meu bem, por que não consigo te tirar do foco de todas as minhas atenções, me explica como fazer calar a voz do coração. Vá embora essa noite, caia.
Nunca fomos perfeita simetria, mas era bom, era um doce quase amargo. Agora já não sei mais quem entreter a noite inteira, gargalhar alto enquanto todos dormem, pra quem vou me declarar enquanto quase durmo? Não sei ao certo se quero mesmo saber a resposta pra isso tudo. Caia, fora do meu coração.

domingo, 18 de julho de 2010

Só pra constar

Estava me lembrando de uma “tia” que ficava no recreio batendo a chave no corrimão da escada e gritando “beber água, ir ao banheiro... estamos no recreio... acabamos o recreio... é hora do recreio”, enfim, não me lembro ao certo. Estava pensando mesmo no quanto esqueci um tanto de coisa importante, como era minha letra no primário, quais eram as gírias que eu usava no secundário.
Passaram tantos dias e eu estou quase no fim, eu estava tentando lembrar em que eu pensava no inicio. Não agüento mais falar do tempo, não consigo parar de falar no tempo, isso tem me irritado.
Venho aqui de muito em muito tempo, jogar coisas que não preciso, dizer coisas que dificilmente leio depois, ninguém lê. Deve ser isso que faz desse espaço especial, é algo só meu que todo mundo tem acesso, mas que mesmo assim ninguém vem ver. Deve ser isso que tenho em comum com esse espaço.
Estava tentando falar um pouco mais sobre mim, mas acabei escrevendo e apagando depois toda vez. Parece que estou sempre fugindo disso, não é que me odeie, não é que eu não simpatize com tudo aquilo que me tornei; mas é que falta boa vontade, falta empenho em me mostrar.
Acho que vou começar a filosofar sobre assuntos avulsos, daqui pra cima é tudo sem sentido, só pra constar.

sábado, 26 de junho de 2010

Fila Indiana

"All the bridges in the world won't save you, if there is no other side to cross to."
Pensa que foi tudo invenção da sua cabeça criativa e conturbada; faz de conta que tudo foi uma tentativa mal sucedida de um conto de fadas sem final; diz que tudo vai ficar bem, mesmo sabendo que talvez nunca se apague. Aja como bem entender, mas saiba que vou ficar bem, mesmo que eu caia também, uma hora terei de me reerguer; porém não use uma de suas quedas pra me induzir a querer voltar a traz, não terá volta dessa vez. E tenho dito tudo isso, sempre na esperança de acreditar ser o melhor.
Um dia agente acorda e percebe que boa parte das coisas não está fora de lugar, elas simplesmente não tem lugar. E você começa a se perguntar em que parte se deslocou da parte que te confortava e justificava um fracasso qualquer. A resposta é que nunca houve respostas.
Raciocínio lerdo; vamos bem devagar pra vê se meu coração entende. Quer dizer, não vamos mais a lugar algum, pois não somos mais nós, não há plural, sou eu quem vai, quem vou. Estou indo só, irei pulsar lentamente, pra vê se assim meu coração agüenta.
Pensa que foi tudo invenção da sua cabeça criativa e conturbada; faz de conta que tudo foi uma tentativa mal sucedida de um conto de fadas sem final; diz que tudo vai ficar bem, mesmo sabendo que talvez nunca se apague. Deve ser só isso que terei de fazer, deve ser tudo isso e ainda muito mais ou simplesmente te deixar pra traz.
É hora de seguir em frente, porque sempre chega a hora que a cabeça da gente quer fazer o coração calar. A hora da mudança já passou da hora, agora tenho que dar nome aos bois, organizar em fila indiana quilométrica tudo aquilo que pode supostamente ocupar seu lugar. Entre eu e o outro lado da ponte existe um mar.

sábado, 12 de junho de 2010

Parece Necessário

Noite agitada, encontrando todo mundo que eu necessariamente não precisava encontrar. Perguntei-me onde estaria você em silencio tão profundo, tentando sempre não me ouvir nessas horas de nostalgia.
Um dia desses quero sair pra dançar, espantar a lucidez, esquecer de sempre tentar ser normal. Não agüento mais dançar no quarto escuro e sem música. Andei percebendo o quanto danço por pouca coisa.
Não sou mais uma criança, isso provavelmente você não verá em meus olhos. Não gosto de transparecer o que realmente sou, pois isso sem duvidas não muda em nada a sua vida.
Queria alguém pra sempre, mas esse alguém já tem nome e endereço certo. Sempre longe de mim, é sempre onde você está. Nem deve ser questão de querer ou precisar, é a vida que tem feito isso com agente.
Vi tanta gente em um dia em que eu queria só te ver. Trancados em um quarto claro, sua voz soaria como música. Danço por você, sempre que acho que vira algo menos trágico, quem sabe da próxima vez.
Nem sempre o melhor é o que realmente é necessário. Não quero o que preciso, não tenho o pior, não gosto do que tenho. Tudo sempre parece ser menos do que realmente é.

sábado, 29 de maio de 2010

Mais uma Juliana

Não tinha parado pra pensar em quantas Julianas já conheci, não foram poucas. Isso me fez pensar em quantas há no mundo.
Coisas estranhas nos fazem pensar em coisas sem sentido. Como por exemplo, quantos nomes existem no mundo, quantos dias faltam pra acabar o ano ou pra chegarem às férias.
Um dia desses vi uma Juliana que me fez pensar, ela me fez pensar demais. O mundo às vezes corre tão rápido que nem é possível acompanhar com os olhos. Juliana chegou perto e me pediu um cigarro, com aparelho nos dentes e cabelo pintado, ela me fez pensar. Fiquei calculando, tentando lembrar-me de onde a conhecia, passou uns 10 dias e me lembrei que era ela a menina da igreja, de corte de cabelo comportado, o orgulho da mãe a princesinha do pai.
Por que sempre tem que ser assim, você passa de exemplo pra lixo da família antes mesmo das 16h. O mundo às vezes corre tão rápido que nem é possível acompanhar com os olhos. Vi Juliana outra vez em uma festa de gente da nossa idade, galera louca, abusada, descolada. Ela não estava nem um pouco deslocada, fazia parte daquele lugar. Pensei em que parte ela se desviou, ou encontrou-se bem mais.
Será que seus pais a conhecem tão bem quanto antes, será que já viram como ela muda de expressão quando sai na rua. Quem sabe eles a entendam bem mais que eu. Ela parecia tão feliz e vazia, como alguém que espera uma noite bem fria para encolher-se embaixo de seu edredom e chorar.
Lembrei-me que às vezes também me sinto assim, com um grande segredo guardado na ponta da língua, pronto pra escapar. Talvez seja coisa da idade, os dias sempre voam, daqui a dois dias é mês que vêem. Quase sempre falo tanto do tempo, será que estou o mandando embora, ou pedindo pra ele ficar. Juliana é só um bordão, um nome comum, alguém que não amo, mais um nome em uma lista de chamada qualquer.
Coisas estranhas nos fazem pensar em coisas sem sentido. Como por exemplo, quantas pessoas se perdem pelo mesmo caminho que eu.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Pensar/Penar

Só você me entende, até em dias de frio em que da vontade de ficar dormindo até chegar o verão. Eu nunca gostei de chamar atenção, sempre gostei de sentar a traz e observar. Mas foi você que me viu, na verdade fui eu, digamos que agente se viu.
Faltam duas horas e isso está me tirando o fôlego. Até hoje não fiz nada que preste, e isso não é modéstia. Pareço um bolero sem ritimo, inicio, meio, fim, nada. Está me dando dor de cabeça não mais pensar.
Não sei o que me prende aqui, na verdade, não sei o que me fez chegar aqui. Fechei os olhos por dois segundos e quando abri tudo tinha saído do lugar. Mas ao certo não sei nem qual era ou qual deveria ser o lugar certo de cada coisa, o caminho de casa.
Minha mente está tão suja quanto minha alma. Minha mente nunca foi sóbria, minha alma nunca foi sã e vice-versa.
Só você me entende, parece que está dentro da minha mente. É você está dentro da minha mente, faz parte de mim. Você sou eu, metade mal repartida daquilo tudo que não fomos.
Faltam menos de duas horas agora. Até hoje não cai na real, não aprendi a diferenciar tempo de espaço. Não sei contar nos dedos.

domingo, 16 de maio de 2010

Sex and Drugs

Eu tenho preguiça de amar, tenho vontade de tornar algo constante. Mas acontece que hoje está frio demais, já passou da hora de dormir.
Querida, talvez seja hora de ir embora, vista seu casaco, não será legal se você acordar amanhã com um resfriado daqueles que te deixa pra baixo. Você já tem outros motivos pra sofrer, essas drogas estão te fortalecendo teoricamente, mas na verdade estão te destruindo. Assim como eu deveria ter teoricamente te deixado, mas na verdade ainda estou aqui. A teoria quebrou a cena.
Estou confuso, não consigo relacionar nomes com rostos. Sou vitima da minha própria armadilha, não sei o que está acontecendo comigo. Toda essa insegurança não faz mais parte da encenação, nada mais faz.
Estou com tanto medo; baby, por que você fez isso comigo? Baby, você não vale nada e eu sabia disso o tempo todo. Baby, só quero que não dê nada certo pra você, assim como não tem dado pra mim.
O sexo em alta, as drogas baratas. A vida é um fundo sem poço. Preciso acreditar mais, mas estou no meio de uma confusão, iniciando uma confissão.
Você foi algo alem do carnal, além do barato. Está no passado.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Pouca Atenção

Botão especial, medo temperamental. Quero tanto seu bem, mas só te faço mal.
Chegou a hora de desenhar, está quase no fim, já é quase 23, daqui a pouco é amanhã. É mais um dia que passei sem dizer o quanto te amo até o fim.
Sem musica, sem sons. Vamos lá pessoas, todos os que se identificam com a solidão. Agora é sol, mas amanhã sempre muda o tom.
Minha blusa desbotou, te pergunto o que é amor. Me diga o que é o amor para você, porque para mim, já sei bem o significado do porém.
Te quero mais, te quero mas. Te quero mais longe, te quero mas não posso. É tudo questão de foco, chegou a hora do abandono bem acompanhado.
Sou eu, não é você. Sim, o problema e a solução, o meio termo e a opção. Tudo o que faço agora é calar. Silêncio, por favor.
Ao entrar, apague a luz e abra a porta. Vamos deixar a claridade invadir e iluminar tudo o que o tempo não pode esconder.
Aplausos, é hora de ficar de pé. Meu mundo já desmoronou outra vez num copo de café se açucar, como uma vida falsamente gaseficada.
É hora de partir, dedico a ti a ultima palavra. Fim.