quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Careta

A falta que um careta faz é algo a se expressar.
O tempo está chuvoso, mas ainda está calor, agora um café só serviria para estressar mais do que já estressou. Meus olhos fartos d’água se encheram outra vez com a lembrança dessa história, dessa estrofe que não para de repetir. Sei que se eu der play no radio, qualquer canção vai me ferir.
Quebrado, partido, ferido, sofrido sinônimos do meu coração. Melancolia multiplicada, realmente eu só queria chorar. Mas só, esse ser só, não tenho me permitido ser. Não sei amar de menos, escolher pessoas. Se amo sou de arrebentar-me por qualquer 1. Não fui eu.
A falta que um careta faz chega a ser emputecedora, caótica, um parkinson momentâneo, convulsão da alma.
“Eu não deveria ter tomado aquele maldito café”, é o que estou pensando agora sem parar. Eu não deveria ter terminado ado, ado. Droga.
Qualquer canção pode ser sua, mas agora eu trocaria qualquer rit da década passada dedicado a mim por um careta, uma xícara de café e alguns pingos de chuva.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sol Congelado

Eu poderia muito bem lhe escrever algo que lhe agrade os olhos e conforte a mente. Mas eu estaria mentindo pra você, se dissesse que tudo está bem, ou melhor, ficará tudo bem. Não posso nem dizer que não te amo, e não há como terminar algo assim bem.
Eu poderia muito bem gritar para o mundo que estou bem, e encenar também. Mas isso seria mentir pra mim, e isso já sei fazer de côr. Todos sabem que é exatamente isso que farei, o “por quê?”, não sei.
Meu bem olhe para o mundo e veja como as coisas realmente são. E depois de fazer isso, olhe para mim e veja que não perdeu nada enquanto estava por ai à caminhar, observar, viver, crescer. Pode passar mil anos, que estarei no mesmo lugar, vulgo sol, que permanece congelado no universo, mesmo tendo todo fervor que um real amor deveria ter.
Querida, vá viver e me esqueça, ou melhor, não me escreva.