domingo, 22 de novembro de 2009

Algo turvo

Leia enquanto não paro de escrever essas todas coisas tristes, nesse mar de tinta azul. Continue a acreditar nessas verdades que já mudaram de lugar. E ando tão triste, já virou parte do meu álibi perfeito.
A verdade agora, é que escrevo sobre lagrimas, por escrever, sem demonstrar, sem chorar, sem te amar demais. Ando tão feliz, que quando paro a felicidade simplesmente não passa, não vai embora.
Um dia escrevi pra ti que pensa, anda e chora. Chora, chora e mente assim como respira. Agora não mais, nem mais tarde também.
Não quero mais sair de férias, agora me encontro aqui, em um lugar que dá pra ver, bem dentro de mim, distante de você. Pois sou transparente como água turva, sou pura como qualquer coisa que não da pra beber.
Hoje acordei cedo pra escrever, não sobre você, agora sobre mim, que sou mais eu. Agora me encontro aqui, do lado de fora de ti. Um dia escrevi pra você, agora não mais, nem amanhã também.

@.com

Meu endereço, não tem vírgula, nem acento, fique sentado e me visite. Mais de mil linhas seguidas, não se irrite.
Em minha casa, a porta da rua vive fechada. A felicidade já foi embora, mas a tristeza não vai entrar.
A Mtv, esta reprisando mais uma vez um programa que já assisti a um mês na cama, e que hoje revejo no sofá.
Meu talento ainda não foi descoberto, ainda estamos no inverno, é tempo de se esquentar. Os 40° que fazem no rio, aqui se faz vazio, pois não estou lá.
Quero um plano, hoje me ligaram às 5h por engano de propósito, para me acordar. Pura pretensão, é um dom que trago em mim, me fiz forte sendo assim. Do orgulho fiz meu lar.
Labirintos bem traçados, se perder dentro de um lago, se afogar sabendo nadar.
A violência corre solta, mas as flores nascem até na moita. Existem também coisas bonitas a serem ditas.

Te Faço

Eu que não sou mar, te faço chuva pra que caiba em mim, me faço fácil para que sejas feliz. Até desfaço laços que tracei a fio.
Eu que sou estrada, te faço curvas para que me sigas assim, te trago tudo e um pouco mais aqui, me troco por pouco, quase nada e fim.
Eu que não sou guia, te faço em tópicos para entender, resumo um troço, só para escrever, transformo o comum, pra acompanhar você.
Eu que sou som, esfolo o céu em mil cores sem tons, construo prédios de papelão, relembro o gosto de néon. Só pra desmenti o que não falei.
E por fim, no inicio não pensei bem assim, mas o ponto final no começo parece distante. O fim é o avesso.

Existir

Você está ali, mas ninguém te vê você não sai do lugar, das tantas pessoas que te viram ali, nenhuma sabe seu nome, nenhuma lembrará do seu rosto. Ai você se depara com o tamanho de sua insignificância.
Pensei em agir, sair por ai de noite sozinha, ser molestada, abusada, assaltada, assassinada, ser livre. Mas tudo isso eu poderia fazer sozinha, no meio da sala, no quarto ou no banheiro.
Este é meu sonho de liberdade, saber voar sem asas, para encontrar você. Você que não tem nome, nem sabor, que não me pertence, que todos chamam de céu. Eu que não sou má, que não sou mar, mas que sou só, te amo.
Pensei em crescer, seguir em frente, ser incapaz, fraca, covarde, com um desejo voraz pela vitória improvável, ser eu. Mas tudo isso já faço desde os seis, aprendi a andar e não parei de cair. Essas coisas não são fáceis de admitir.
Meu filme preferido de solidão a dois, nunca ficou em cartaz, meu DVD parou, VHS está fora de moda. Não conheci os astros e estrelas, não amei fervorosamente meus ídolos, não tenho fãns, eu não existo. Essas não são coisas fáceis de admitir.

Normal

Olhe todas as pessoas andando nas ruas, elas parecem atrasadas. Eu estou sem pressa e não tenho nenhum lugar para ir. Então vou dançar sem música, porque é isso o que quero fazer agora, isso é uma ordem.
Todos tão concentrados em seus ônibus que estão por vir, todos tão ansiosos a espera que o sinal se feche. Eles nem dão ouvidos ao que meu amigo imaginário está me contando, ele está me explicando os segredos do mundo, os mistérios da vida.
- Cale-se, por favor, não quero parecer louca.
É o que eu sempre respondo ao Bred.
-Ser normal é ser louco, ser louco é ser banal. Então fique calado meu amigo.
Mal consigo conter meu riso, olhando todas essas pessoas atrasadas pela rua a fora. Mas o normal é fora dos padrões, dos meus padrões.
Meu amigo imaginário me conta segredos da vida, os mistérios do mundo, mas ninguém mais o escuta. E eu vivo tentando entender o que é normal.

domingo, 18 de outubro de 2009

Today

Hoje pode ser um dia quente.
Hoje pode ser um dia divertido, vamos juntar uma turma e ir à praia surfar. Mas você não sabe surfar e eu também não sei nadar, esqueça a praia.
Hoje pode ser um dia agitado.
Hoje pode ser um dia legal, ligue para a galera, podemos organizar um churrasco de ultima hora, cada um traz uma caixa de latinhas, a carne é o que menos importa. Mas você não esta podendo beber, tinha me esquecido, então esqueça o churrasco.
Hoje pode ser um dia divertido.
Hoje pode ser um dia engraçado, podemos ir ao shopping fazer compras e depois ao cinema, ver uma comédia que acabou de entrar em cartaz. Mas você só gosta de filmes de terror e isso não faz meu tipo de programa perfeito, esqueça o shopping e o cinema.
Hoje pode ser um dia imprevisível.Hoje só não pode ser um dia solitário, podemos ir à casa da sua avó jogar baralho e assistir novela ate cair no sono. Não importa aonde, o importante é que seremos nós e todo mundo, não será um dia solitário

Você precisa amar

Você precisa se amar, antes de amar alguém, se não vai acabar se matando;
Você precisa de um tratamento psiquiátrico, para se cuidar dessa doença que chama de amor.
O amor é lindo, são tantas as canções que dizem isso. Os pássaros amam, as árvores amam, os velinhos nas praças também. Isso não te faz querer amar?
Você precisa sentir-se bem, para dizer que ama alguém, esse papo de só sofrer é ausência;
Você precisa se tratar, quando pensa em se matar por ele, pois isso não presta.
O amor é lindo, patinhos no parque, aviões, astronautas, letras do alfabeto, novelas mexicanas, baratas e verduras merecem serem amadas. Você tem muito amor para dar, ame todas essas coisas.
Você precisa de amor, precisa amar, precisa se amar, ame todas as coisas que te façam querer dançar.

Lembrar de Você

Vamos lá galera, quero ver se essa minha nova canção usada faz sucesso mais uma vez.
Quero fugir de casa e o plano é bem simples, corra o quanto for capaz, ate se sentir livre. Ainda tenho meio mundo a percorrer e não dobrei a esquina.
Vou lembrar das coisas que você me disse, quando me faltar coragem para seguir, vou lembrar de como você me julgou incapaz, de como debochou dos meus sonhos. Vou lembrar de você enquanto conquisto o mundo.
Vamos lá pessoal, esqueçam o papo de música, decidi contar a história da minha vida, e eu minto.
Esse é meu lugar, a porta esta aberta, se isso não der certo, não sei como vai ser. Não vou deixar você vencer, pode acreditar que tentarei outra vez.
Quero fugir da minha vida dura, de alguém atoa e morar em uma cabana...
Pra falar a verdade, não quero nada alem do que te contrariar, nada além do que mostrar que sou capaz. Quando eu estiver ganhando, vou lembrar de você.

Laranja Desbotado

Era laranja como um cone de sinalização. Como uma fruta, como um lençol ou uma fruta. Eu evolui nas ultimas horas, cresci e continuo uma criança.
Dei-lhe o nome de amor, de meu amor, amor meu. Ele andava sem sair do lugar, não ficava parado, dançando sem música ao som da vitrola quebrada.
Percorri meio mundo em um dia, desapareci a vida inteira por 24 horas.
Dei-lhe o nome de meu amor, mas ele já se foi, como flores no inverno. O que já não é mais, um dia foi tudo para mim, mas ate a mais bela das cores está desbotada. Tudo aquilo que já chamei de amor, mudou como as estações passadas que não estão mais aqui.

sábado, 3 de outubro de 2009

Azul Vinil

Nada de melancolia, vamos falar sobre borboletas e barcos a vela, como um velho poema que há tempos escrevi. O tempo passou, meus gostos mudaram de goiaba a abacaxi, me tornei tão urbana, vivendo no meio do fim do mundo.

Os amigos que criei nunca me abandonaram, mas hoje prefiro as cores ao invés das coisas. Consigo sonhar com amanhã, consigo sonhar com muito mais, ver através do fim, sorrir.

Meus problemas sem soluções, permanecem intactos, inaceitáveis, coisas que doem.

Nada de melancolia, hoje quero falar do quanto cresci com o mundo, de como vivi a vida, coisas que são muito minhas, que consegui sozinha.

Quero fazer uma rima original, dominar o mundo, dar aos meus sonhos um final feliz. Hoje não sei ao certo o que sei, mas aprendi muito e ao mesmo tempo dancei.

Posso dizer que desejo conhecer o mundo a bordo de um barco a vela, reviver meus assuntos antigos, reinventar, colocar uma virgula, um ponto parágrafo. Recomeçar a escrever e não mais parar, contar um pouco ou tudo, que me ocorreu nessa vida, voar em mil cores como uma borboleta.

Juliana

Juliana atravessa a rua todos os dias, mas ninguém a vê, como fez hoje. Mas hoje a observei, em seus passos direcionados pela rua.
Ela faz ballet, sabe tocar música clássica no piano que ganhou da avó, para agradar sua mãe.
Juliana sonha aprender a tocar bateria, é fã de tudo o que não presta, tudo o que não toca em um teatro, em uma orquestra sinfônica, uma coisa bruta, banal. E isso é um dos segredos que esconde do pai, que é contra as drogas, mas que foi hippie até os 23.
Ela tem uma agenda eletrônica, que ela mesma não organiza nada por conta própria. Tem um sonho de infância, de ser independente.
Depois da faculdade de Oceanografia que sempre quis cursar, quer viajar pelo mundo, conhecer os países, mas seu pai prefere direito, tem tradição e nome importante. Ela prefere os animais, até já teve um peixe, morreu um dia o coitado, foi triste, teve lágrimas e um coração quebrado, pela ausência do peixe pacato.
Todo o dia Juliana passa pela mesma rua e ninguém a vê, pobre menina. Hoje a vi, mas não lembrava seu nome. A reconheci por seus passos direcionados, com objetivos traçados. Têm planos para o futuro, sonha em ter vontade própria.

Arco-íris

Há um elefante em minha mente, ele dança can-can e usa saia, parece estar feliz.
Há CDS sobre a mesa, eles estão empilhados, sei que me fariam dançar, talvez me façam feliz.
Há uma lâmpada queimada na varanda, agora não mais iluminara, um dia isso tudo foi diferente.
Quero que pule, sim, quero que salte alto sem sapatos e depois corra.
Quero que corra rápido, quero que vá para longe, para um lugar claro, onde exista felicidade plena.
Agora quero que não pense em voltar, esqueça o que se passou aqui, voe, corra, fuja, cante.
Por favor, grite meu nome, diga que tem saudade, por um instante, precise de mim.
Sei que uma hora vou sentir saudades também, vou atrás de ti, correr a seu encontro, pode acreditar, eu irei.
Quando chegar correndo, suando um pouco mais, me ensine a voar, ser feliz também.
Corra comigo, me deixe acreditar, me ajude a esquecer também e me ensine a ser feliz, vamos correr por ai.
Há coelhos rosas em minha mente e eles combinam com a cor do seu arco-íris.